Sábado, 27 de Dezembro de 2008
No dia 18 de Dezembro, último dia de aulas do primeiro período, na parte da tarde, os nossos alunos e professores apresentaram a sua homenagem ao Menino Jesus. Com o pavilhão e o palco, devidamente decorados com trabalhos realizados nas aulas de Artes Manuais, o ambiente era convidativo. Este ano, havia algo de original: um presépio, cujas imagens têm a estatura aproximada de pessoas reais, feito em madeira prensada e pintado pelos alunos, gentilmente patrocinado pelo pai da aluna Adriana Saraiva, do 9º Ano, que possui uma serração aqui por perto.
Os alunos exibiram-se em frente de uma plateia constituída por pais, professores, colegas e vigilantes, apresentando canções alusivas à quadra natalícia e tentando manter o espírito religioso do Natal, danças variadas e poemas.
No final da última dança, saltaram do palco uns Pais-Natais, cada um com um enorme saco, donde saíram embrulhos com esferográficas, réguas, clips, um motivo de Natal fabricado em madeira da Terra Santa, de cuja argola pendia um mini postal de Boas-Festas, e um kinder maxi.
Ao fundo do pavilhão, avistavam-se umas mesas vazias que, após o final da apresentação, apareceram, de repente, recheadas com os manjares mais variados, desde sandwiches, bolo rei, tartes, tortas, bolos sortidos, caseiros e/ou de pastelaria, batatas fritas, bebidas de todos os sabores, rebuçados, chocolates, etc. De onde teria vindo tanta coisa? Da colaboração dos pais, que aderiram, quase em massa, à nossa ideia de organizar um lanche partilhado. Mostraram, de facto, quanto valem, os pais dos nossos alunos. Estão de PARABÉNS!
Temos o prazer de lhes comunicar que aguardamos o recomeço das actividades lectivas, para oferecermos mais um lanche aos alunos, com os "doze cestos" que sobejaram e que temos devidamente acondicionados. Talvez no Dia de Reis. Querem deslocar-se cá para ajudarem?
Já devem ter recebido os Registos de Avaliação. É bom que saibam que foi um período muito difícil para todos, mas valeu a pena tanto trabalho, pois os resultavos foram compensadores, salvo raras excepções.
Devem incentivar os vossos filhos a um recomeço com novo entusiasmo, para que a próxima etapa seja ainda melhor!
Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2008
Visitou-nos o Pastor da diocese!
Para nós, alunos desta Escola, foi uma honra, esta visita. Já é costume, antes de iniciarmos as férias de Natal, termos uma celebração Eucarística com o Senhor Bispo e este ano, não foi excepção.
Esperámos na capela, todos muito compenetrados, pois tínhamos terminado o último ensaio. Agora o coro está mais forte. O número de alunos que tocam viola aumentou.
Segundo a opinião do ilustre visitante, foi um quadro lindo, aquele com o qual se deparou, ao transpor a porta que dá acesso à capela. Ficou impressionado, no bom sentido!
Nós não somos sempre assim, mas, quando queremos, ocupamos o nosso lugar, como se de damas e cavalheiros se tratasse.
Um dos pontos altos da celebração da palavra foi a homilia.
Referindo o facto de termos encurtado um pouco os tempos lectivos da manhã, o Senhor Bispo fez-nos compreender que foi por uma boa causa, chegando mesmo ao pormenor de fazer um paralelo com uma aula, na qual, em vez de uma turma e um professor, estavam todas as turmas e, também, todos os docentes que, naquele momento, estariam ocupados com os seus grupos, as Irmãs, as vigilantes, todos a ouvir o mesmo Mestre, que esclareceu não ser ele próprio, mas Jesus Cristo.
No seguimento da explicação da Liturgia da Palavra, referiu-se, de modo original, aos acontecimentos históricos, relacionados com o nascimento de Jesus, frisando o facto de não ter sido encontrado lugar para Ele na cidade e de ter de se sujeitar a um lugar destinado a animais. Recebeu a visita dos pastores, a classe mais pobre da região, o conforto dos animais, a própria natureza a reconhecer Jesus, antes dos homens, e, por fim, a visita da ciência e do poder, com a chegada dos Magos do Oriente.
O senhor Bispo lembrou, então, que nós estamos aqui para adquirir a ciência, mas acrescentou que há muito analfabetismo em pessoas ricas em conhecimentos científicos. É preciso compreender as ciências divinas a par das humanas. Nós, aqui, aprendemos um pouco de tudo.
Fala-se muito em crise, nos nossos dias, sublinhou o prelado, porém, a crise não está nos Bancos, mas sim no interior das pessoas. Nós, que somos os homens e mulheres de amanhã, somos os escolhidos para, a seu tempo, encontrarmos uma solução para esta e outras crises. Para isso, temos de nos preparar muito bem.
No final da homilia, o Senhor Bispo pediu ao Menino Jesus que nos conduzisse por caminhos de:
-Responsabilidade
-Excelência
-Bem para todos
E desejou-nos Santas Festas de Natal, para nós e para a nossa família, não ocultando o quanto gostou de celebrar a Eucaristia connosco.
Nós também gostámos muito, Senhor Bispo. Venha mais vezes!
Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008
Devia ter-se iniciado, solenemente, no dia 29 de Novembro, se não tivesse caído à sexta-feira, dia em que todos os alunos partem para fim de semana. Para obstar a que a sua abertura solene se concretizasse no domingo seguinte, veio o primeiro de Dezembro, que foi feriado nacional e "obrigou" as crianças a permanecer em casa.
Conclusão:
Só se pode solenizar a novena terça, quarta e quinta-feira, porque novo fim de semana prolongado teve lugar.
Os privilegiados, isto é, os únicos grupos que tiveram oportunidade de manifestar, na capela, a sua capacidade de preparação de um acto de culto, para provarem a sua devoção a Nossa Senhora, na sua invocação como Imaculada Conceição, foram o 9º Ano, o 8º e o 7º. Não foi assim muito justo, porque todos precisam de se treinar para, um dia, repetirem, nas suas paróquias, o que praticaram aqui. Toda a formação que adquirem é para viver no presente, mas, sobretudo, para preparar o futuro.
Apesar de curta, esta manifestação de devoção e AMOR à Mãe do Céu foi vivida e participada, com entusiasmo e intensidade. Os cânticos foram tocados por um grupo razoável de participantes, o que é muito bom, e cantados, com arte e com alma, por todos, até porque tiveram o direito de optar pelos seus preferidos. Nossa Senhora deve ter ficado contente e eu espero que, nos dias em que não se solenizou aqui esta prática, tenha brotado da alma de cada um, pelo menos, uma jaculatória em honra da Mãe de Deus e Mãe nossa, que nos foi dada por Jesus, quando, do alto da cruz, nos viu a todos, na pessoa de João, e disse: "Eis a tua Mãe!..." Aliás, já Ele próprio Se nos tinha dado como alimento, ao instituir a Eucaristia, na Última Ceia. Deu-nos alimento para o nosso peregrinar, neste mundo, e uma Mãe para nos proteger dos perigos.
Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós!
Nossa Senhora da Conceição, salvai-nos e salvai Portugal!
Ou:
Mãe Imaculada, eu estou aqui
E com devoção, rezo para Ti;
Nem sempre Te sei agradecer,
E louvar-Te como é meu dever,
Como mereces, mas, agora, quero dizer:
Olha para mim, não fiques assim,
Sem me escutar, porque eu vou mudar;
Perdoa-me, ó Mãe, maldade não tem,
Mas fraqueza, este meu modo de actuar.
Amo-Te, ó Mãe Imaculada,
E desejo que por todos sejas venerada!
Ó Rainha de Portugal, escolhida
Pelos antigos reis, desta Pátria querida!
Que até à própria coroa renunciaram,
Pois, ante a tua nobreza, indignos dela se julgaram!
Lembra aos governantes de hoje,
Que, sem Deus, todo o bem, das mãos, lhes foge!
Que não se julguem autosuficientes
E se prezem de pertencer às lusitanas gentes!
Honrem a memória dos que nos precederam,
Mantendo vivos os valores que eles, sempre, defenderam!
Conforme noticiámos e estava programado, decorreu, nesta Escola, no dia 3 de Dezembro, a comemoração do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
A manhã foi ocupada com as aulas, à excepção das Áreas de Projecto e Formação Cívica. De tarde, tiveram lugar as comunicações alusivas ao tema.
Ao fim da manhã, realizaram-se duas actividades, quase em simultâneo, com invisuais e alunos da Escola:
Um Atelier explicativo: Como utilizar “auxiliares de mobilidade e de leitura” (bengala e equipamentos informáticos).
Um jogo de Goalball.
Claro que os alunos jogaram com os olhos vendados e o campo estava devidamente identificado, correctamente marcado e equipado para o efeito.
Ficámos surpreendidos com a adesão, compreensão e colaboração dos alunos e com a memória dos invisuais que os tratavam pelo nome, como se já os tivessem conhecido antes.
Pelas 14:30 h, chegou um grupo de jovens da ASTA, com os seus responsáveis, e os prelectores. Já os aguardava, no palco, um grupo de alunos, que cantou as Boas-Vindas, interpretadas em linguagem gestual, acompanhado à viola por colegas e pelo professor de Educação Musical. Acima do grupo, sobressaía um cartaz gigante, escrito em Braille, e em escrita padrão, onde se lia: BEM-VINDOS!
Apresentou, então, a sua comunicação a Drª Salete Bento, que exerce a sua actividade docente no Agrupamento de Escolas da Sequeira, trabalhando na integração da pessoa com deficiência. Falou da sua experiência profissional, das suas dificuldades e dos seus êxitos. Deixou no ar uma questão sobre a qual as crianças iriam reflectir, para discussão no debate: “Parece-vos que as crianças possuidoras de qualquer tipo de deficiência devem frequentar escolas específicas ou que a escola deve ser inclusiva?”.
Seguiu-se o Tó, que se desloca em cadeira de rodas. Vive no Centro de Acolhimento de S. João de Deus, por não se bastar a si próprio, e foi transportado numa viatura da CERCIG. Mas parece feliz e sensibilizou os alunos para a nobreza da causa de que se estava a tratar.
Depois, foi a vez da D. Liseta Gonçalves Marques, funcionária do Hospital Sousa Martins, que explicou a sua passagem de pessoa com visão normal para invisual. Falou de "morte" de células não renováveis, ligadas ao nervo óptico, que lhe provocaram a cegueira e de hereditariedade, acrescentando, mesmo, que a herdou de um primo já bastante afastado. Não se sente inferiorizada em relação a qualquer outra pessoa, já que continua a desempenhar a sua missão de boa profissional, boa mãe e dona de casa, onde faz tudo como antes. Apresentou exemplos práticos de como calcular o espaço, as dimensões de um objecto, etc.
Os alunos nem pestanejavam, tal era o interesse e a estupefacção.
Finalmente, foi a vez da Drª Maria José Dinis, fundadora da ASTA e “Mãe” de todas as pessoas que ali vivem e pelas quais se bate, para que se sintam pessoas a cem por cento. Explicou que os sentimentos deste grupo, e de cada indivíduo, são muito semelhantes aos de outros que se encontram na mesma fase etária, embora possam ser manifestados de forma diferente, e sublinhou, sobretudo, a pureza interior de toda esta gente.
Seguiu-se um debate animado, no qual as crianças mostraram que tinham captado a mensagem do dia: a pessoa com deficiência tem direito a ser amada e respeitada na sua diferença. Aliás, um dos slogans que decorava uma das paredes do pavilhão, e que foi, também, explicada era: “É preciso viver, não apenas existir!”
Foi difícil por termo ao debate, pois as questões brotavam, em catadupa, da boca de cada criança. Porém, o “Grupo do pé-coxinho”, da ASTA, estava ansioso por mostrar o seu talento musical e preparou-se para actuar.
Foi mais um exemplo do que pessoas deste género conseguem realizar.
Tocaram e cantaram uma canção popular, acompanhados com as vozes de quem já a conhecia e com as palmas de toda a Comunidade Educativa, ali presente.
Na segunda canção, solicitaram aos presentes que se movimentassem e então é que foi animação. Toda a gente dançou de forma animada e reinou a boa disposição. Pena foi que os timings de ambas as partes não tivessem permitido o prolongamento das actividades. Mas, normas são normas e mal houve disponibilidade para um rápido lanche e dois dedos de conversa, por aqui e por ali. Aos alunos do 9º Ano coube entrevistar as distintas prelectoras, já que são os finalistas. Aguardemos a publicação de “As Cerejinhas”, jornal da Escola, para ajuizarmos das suas competências na matéria.
A acção desenvolvida correspondeu às expectativas que criei durante a preparação. PARABÉNS aos organizadores, aos colaboradores, aos alunos, em suma, a toda a Comunidade Educativa, que mostrou ser detentora de capacidades, que podem, eventualmente, não estar exploradas. Parece que se aplica, neste contexto, a palavra de S. Paulo, que se refere, também, ao Advento, tempo litúrgico que estamos a viver, e que não podemos descuidar, sobretudo neste Ano Paulino: “Chegou a hora de nos levantarmos do sono..."
Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2008
No dia 3 de Dezembro, vai realizar-se, na nossa escola, uma acção de sensibilização, sobre este tema, com pessoas especializadas, ou portadoras de algum tipo de deficiência.
Esta acção tem estado a ser preparada pelos alunos, sobretudo nas aulas de Formação Cívica, Área de Projecto e TIC, por meio das várias actividades a seguir descritas:
- Realização de artigos para o jornal da Escola
- Elaboração de cartazes e materiais de divulgação, para afixar no Pavilhão
- Projecção de vídeos alusivos ao tema
- Pesquisa de artigos em revistas, jornais e internet
Os objectivos desta acção são:
- Promover uma maior compreensão dos assuntos que se referem à deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e bem estar das pessoas
- Aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência, em cada aspecto da vida política, social, económica e cultural
PROGRAMA DO DIA 3 DE DEZEMBRO:
12:00 h - Atelier: Como utilizar "auxiliadores de mobilidade e de leitura" (bengala e equipamentos informáticos) : (9ºA, 9ºB, 7ºB...)
12:30 h - Jogo Goalball entre invisuais e alunas da Escola
14:00 - Palestra, com prelectores portadores de algum tipo de deficiência, ou que trabalhem com pessoas com este tipo de problemas:
DRª Salete Bento - Deficiente auditiva e trabalha na integração da pessoa com deficiência
D. Lisete Gonçalves Marques - Invisual
DRª Maria José Dinis - Fundadora da ASTA e trabalha com deficientes mentais
(A definir) - Deficiência Física
14:45 h - Jogo Goalball - entre invisuais e alunos de todas as turmas da Escola
16:30 h - Actuação do Grupo da ASTA - "Grupo do pé coxinho"
Vamos recebê-los com CARINHO, AMOR e RESPEITO e conviver o máximo com todos e tentar convencê-los de que são tão úteis à sociedade como nós.
Dir-lhes-emos assim:
Amigo, vem para o meu lado,
Que não és menos, nem mais:
Tu, um pouco disfarçado,
Mas, na essência, muito iguais.
A riqueza que tens dentro,
Quase não se vê, nem se sente,
Mas cresce, cada momento,
Do passado, ao presente.
Que importa, se há diferenças
No teu aspecto exterior?
Que ao ser humano pertenças,
E, logo, és digno de AMOR!
Quantos talentos disfarças,
Sob esse confuso véu!
Não és parte de comparsas,
Tens um agir que é bem teu.
Sem teu útil contributo,
Seria o mundo mais pobre;
Da mente de Deus produto,
Que pode haver de mais nobre?
E quantas coisas tu fazes,
Que eu nunca conseguirei?!
És do número dos audazes:
Eu sempre te admirarei…
Cidadão do mundo, és:
Homem e filho de Deus!
Não sentes isso, talvez,
O que é um dos erros teus…
Reconhece o teu valor,
Do mundo na construção:
Tu dás sempre o teu melhor,
Tens de ouro o coração!